sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DECOMPOR



(Luiz Pinheiro)

PONHO E DECOMPONHO,
TAMBÉM DECANTO.

GOSTO DE SEPARAR
E UNIR PALAVRAS,
SEUS SONS, CLIMAS,
ALITERAÇÕES E RIMAS.

MISTURAR, SEM FAZER VITAMINA,
O ROCK, O RAP, O FUNK,
A BALADA E O BOLERO.

NÃO PRECISO ME LEVAR
TÃO A SÉRIO.

CANTO O QUE SAI DE MIM,
O QUE CHEGA A MIM,
O QUE PASSA POR MIM,
ATÉ O CHINFRIM.

MAS SÓ FAÇO COM ESTILO.

ME INSINUO, REMEXO,
VASCULHO, DESTILO,
ME VIRO, BURILO
CUSPO, LUSTRO,
PONHO,  RETIRO.

ARMA ENGATILHADA,
ATIRO.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cegonha



(Luiz Pinheiro)     



Produzir um disco é encomendar uma criança, com direito a concepção, gestação e parto.
O primeiro foi em parceria com Hermelino, filho de dois pais.
O segundo é solo, filho de pai solteiro. Em termos, porque sem o Valter essa criança jamais vingaria.
Vou parí-la em breve. A felicidade é enorme, é a minha contribuição para a eternidade.
Minha mãe, fosse viva, ficaria orgulhosa de seu  neto de proveta.       
Os padrinhos: Hermelino, Miro, Vanessa, Tere e Sandra.
A gestação foi assistida por Newton Carneiro, em seu estúdio-laboratório com direito à lambida da Duquesa, sua linda cachorra de pelos mais negros que a asa da graúna e doida por cafuné.
Não é parto sem dor, tampouco sem prazer. Dias terríveis de sofrimento e semanas de muita alegria. Haja compor, decompor e recompor.
Agora é estourar champanhe e oferecer charuto. Me liberem que vou dar um trago.
Tudo fica muito muito muito melhor do lado de todos vocês.
Lancei minha garrafa ao mar, cd e blog. Logo logo tem livro. Que sejam encontrados e que tenham vida longa meus decantados e decompostos rebentos.