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Luiz Pinheiro lança CD 3,1415... , com participações de Jorge Mautner,
Lirinha e Ivam Cabral.
Após três anos do último lançamento (Decompor), Luiz Pinheiro volta à
cena musical com o CD 3,1415..., que traz no nome a referência a seu apelido
nos tempos de colégio, o símbolo matemático da letra grega Pi, aqui
poeticamente expressado em sentimentos que se relacionam com o inexato,
aproximado, infinito, irracional, transcendente.
Partindo de elementos acústicos e eletrônicos, os arranjos de Valter
Gomes e Luiz para o novo disco conferem às composições uma harmonia
contemporânea, valorizando o alto teor poético das letras.
" Neste trabalho, além da preocupação com a letra e a melodia,
juntamente com Valter, mergulhei mais nos arranjos, procurando novas
sonoridades, a partir de inserções eletrônicas e introdução de novas técnicas
para execução dos instrumentos. Embora haja uma variedade de ritmos, como
dance, maracatu, baião, samba e rock, a poesia, os elementos eletrônicos e a
guitarra do Valter Gomes, diretor musical, conferem unidade ao CD."
Em 3,1415... Luiz trafega com versatilidade e fluência por temas
amorosos, filosóficos e sociais, que se juntam ao caldeirão de ritmos
musicais, escolhidos e incorporados de maneira a tornar o disco uma obra
envolvente, nova, rica e que rompe com padrões estéticos e foge dos clichês.
As canções
Na canção “Nômades Urbanos”, o compositor retrata um tipo de morador de
rua que não se adapta a nenhuma instituição e que não se estabelece em nenhum
lugar, ao contrário de outros nômades, que vivem em determinados pontos e
depois migram. Denominados “trecheiros”, sua moradia é entre os lugares, como
diz a letra:
"Sou um nômade urbano/nesta cidade insensata/de manhã estou na
Penha/ à tarde estou na Lapa/Sou visto na Paulista/ na Gurgel ou na São João/
sob o sol a céu aberto/ ou à sombra do minhocão."
Esses moradores fazem do espaço público o privado e têm verdadeiro
horror aos albergues, com suas regras e tratamento impessoal:
"Nunca faço diferença entre o público e o privado. /Você coloca
limites, eu rompo o alambrado."
Luiz lança mão da palavra inclusão e a questiona:
" Não tente me enquadrar/num projeto de inclusão/ saiba que me
excluir/ é minha revolução..."
Jorge Mautner participa dessa faixa, tocando violino e declamando.
Quando ouviu a música, disse:
" Sua canção, tanto na letra quanto na melodia e na sua
interpretação retratam com força e novidade toda uma saga e denúncia social.
Gostei muito".
No funk "O Artista", Luiz rompe com o clichê de que funk é
música ruim. Ele diz que o problema não é o ritmo, mas o que se faz com ele:
"Pode-se fazer um trabalho de qualidade utilizando qualquer um
deles."
Nesta faixa, conta com a participação de Ivam Cabral, do grupo Satyros.
"Achei que era a pessoa certa para participar dessa canção, pois
Ivam é o multi-artista, que também rompe com os padrões. A letra foi dedicada a
ele:
"O artista/ não despista/ não se acovarda/nem se acanalha./mete a
cara/expõe a tara/mata a cobra/ e mostra a vara."
Em “Traficante”, o compositor resgata expressões que se usa no universo
das drogas, para falar da arte, como que a propor uma alternativa para as
vítimas do vício. Diz a letra:
"Nunca é cedo/nunca é tarde/é excitante e não tem fim/sou traficante da
minha arte/quero você viciado em mim."
Com uma pegada mais pop e que a torna mais audível por parte do grande
público, a canção de trabalho de 3,1415...é a música "Brejo". A
desilusão de um amor corrói o coração do personagem principal, mas este, ao
invés de apenas se lamentar, trata-a com certa dose de humor, principalmente
com o uso de expressões populares como "chutei o balde" e "sou
touro triste vendo a vaca ir pro Brejo".
Ficha técnica
Além de Jorge Mautner, o novo disco conta também com a participação de
Vanessa Bumagny e Nô Stopa, na faixa "Bois do Recife", em que Lirinha
declama um poema de sua autoria. Pinheiro é acompanhado pela banda Nômades
Urbanos, composta por Valter Gomes ( violão e guitarra), Sandro Prêmmero (
viola ) e Luciano Nogara ( bateria e programação eletrônica)
Histórico da carreira
Com este novo trabalho, Luiz Pinheiro chega à terceira obra de sua
carreira. Compositor, poeta e psicanalista, nascido em Juiz de Fora, Minas
Gerais, e vivendo a maior parte de sua vida em São Paulo, cidade que adotou, o
músico lançou em 2005 o disco "Cássia Secreta", onde interpreta
músicas de sua autoria e de Hermelino Neder, cantadas pela saudosa Cássia
Eller, muitas delas totalmente desconhecidas do grande público, e em 2011, o
seu primeiro trabalho solo chamado "Decompor". Uma de suas canções
eternizadas na voz de Cássia é a música "O Marginal" , que deu nome
ao segundo CD da cantora.
Luiz também foi gravado por Vânia Bastos, no seu primeiro LP, e por Arrigo
Barnabé, tendo sua canção dado nome ao CD do cantor: "Façanhas".
Em 2014, sua canção "Segundo Sexo", em parceria com Vanessa
Bumagny, dá nome ao terceiro album da cantora, com participação de Zeca
Baleiro.
Amigo de alguns integrantes da turma de compositores da Vanguarda
Paulista, Luiz acompanhou do camarote e do palco do teatro Lira Paulistana, a
inquietude de um grupo de jovens universitários. Preferiu seguir um caminho de
criação independente e propôs a si o desafio de um aprimoramento constante pela
busca de uma composição que rompa a “possível linha que separa letra de
poesia”. Em muitas de suas canções, as letras sobrevivem sem a melodia, como
poemas a serem lidos. Por isso ele denomina seu trabalho como MPB (Música
Poética Brasileira).
EMFOCO
assessoria em
comunicação